Este Blog foi criado para divulgação da nova maneira de escrever Sonetos que criei, sendo duas estrofes compostas por sete versos cada.
A regra é que o texto mantenha um ritmo como canção, igualmente aos outros estilos de sonetos, agora, se você o fará com rimas: AABB, ABAB, ABBA, não importa, use sua imaginação.
Eu gosto de os compor com: ABABABA BABABAB.
Grande Abraço a todos, e sejam muito bem vindos!

Conheçam também o meu site:

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segunda-feira, 13 de maio de 2013




" NA NOITE "

Na noite, há o mágico e o ininteligível.
As brumas encantam, escondem...
Somos gravetos nas sombras desse incrível.
E quando pensamos, foi ontem...
Não há retorno possível.
Porém um belo na lembrança sempre vem.
Fica o doce, do aparente horrível.

Vem o dia, e a noite outra vez.
A nos jogar nos braços de Morfeu.
Não dá para correr, nem contar até dez.
Não se sabe o escolhido, nem quem escolheu.
O suar da nudez; um pouco de estupidez...
Mas que fique o apogeu.
Do que na noite, se fez...




" SIMPLES "

Simplório nem sempre predica o simples.
Temos mania de sofisticado.
Etiquetas e padrões vêm antes.
Sem ao menos termos degustado.
E com isso vivemos infelizes.
Pois julgamos o dado antes do dado.
Ao confundirmos simplório, com o que é simples...

Vezes por vezes somos enganados.
Pois queremos enxergar sem ver.
E quando vemos não enxergamos.
Se o luxuoso lá não estiver.
O simples geralmente é velado.
Não é para um qualquer.
Só àqueles que percebem; que forem tocados.




quinta-feira, 21 de março de 2013


" TEMPO "


Sou flamejante, o limite do criado.
Mas eu não sou estado, sou sempre.
Sou aliado do calmo, um fardo do atrasado.
Mas eu prendo, determino, embora eu seja livre.
Mambembe aquele que em mim estiver amarrado.
O passado é o seu futuro, o seu destino torpe.
Pois se estiver em mim, estará condenado...

Sou fluido, um movimento constante.
Não sou palpável, não sou controlável.
Sou apenas um pulso, apenas instante.
Não obstante sou sempre, estável.
Sou inviolável, e do fim um brado retumbante.
Incessante rumar inegável... Abominável.
Inesgotável tic-tac, apavorante...



" VAZIO "

Iletrado fizeram-me, para que eu não grite.
Cegaram o meu discernimento.
Dão-me gols, mídias fúteis para que eu vibre.
Entretenimento medíocre a ditar o meu comportamento.
Argumento eu não tenho, nem sequer um palpite.
A elite me esconde, sou um mudo a viver no isolamento.
Numa ignorância hermética, para que eu não grite.

Não tenho estudo, não tenho mundo, só projeções.
Ditam-me o certo, a moda, meu caráter.
Logo-logo me darão rações, em porções.
E dirão enfaticamente que é pro meu crescer.
Quem sabe um crescer forte, anabolizado de injeções.
Para que assim eu seja e possa aparecer.
Num mundo vazio, sem direção, de ambições...



" EPITÁFIO "


Que saudade dos lábios que não senti.
Das mãos que atei aos abraços que queriam se abrir.
Dos precipícios que não saltei, tremi.
Que vontade de outra vez sorrir, pedir, fugir.
Aaaaa se eu pudesse um pouco mais...
Ou quem sabe diferente.
Mas é tarde pra voltar atrás...

Jaz... Tudo em mim hoje jaz.
Meu corpo, meus sonhos, tudo!
Hoje sou terra, coberto por flores.
Sem se quer uma imagem, uma visita, sem futuro.
Ontem vigor, riqueza, valores...
Agora raízes e restos, o escuro.
E do sopro da vida, restou-me vapores...